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PARANAVAÍ

A história da região de Paranavaí tem seu começo por volta de 1501, quando estiveram por essa região trilhando caminhos fluviais e abrindo picadas na floresta os espanhóis, portugueses e bandeirantes paulistas. Fez-se, então, desta região, palco de lutas pela posse efetiva da terra, envolvendo além dos espanhóis, portugueses e bandeirantes os povos indígenas que mais tarde tiveram em seu auxílio os missionários jesuítas.

Data do início dessas penetrações a abertura dos primitivos caminhos através do sertão, conhecidos pelas denominações de caminho de Peabiru, caminho fluvial do Cubatão, de Itupava e do Arraial, e de Sorocaba a Viamão, por onde transitaram, no século XVI, expedições das mais diversas. A partir de 1554, já existiam nas bacias dos rios Paranapanema, Ivaí, Tibagi, Piquiri e Paraná as “reduções” jesuíticas e as cidades espanholas de Ontiveros, Guaíra e Vila Rica do Espírito Santo.

Os Jesuítas chegaram nesta região, então conhecida como Pirapó, por volta de 1610, iniciando seus trabalhos de catequização e fundando verdadeiras cidades indígenas que ficaram conhecidas como as 13 reduções. Mas a luta pela posse da terra entre portugueses, espanhóis e bandeirantes paulistas terminaram com a destruição dessas reduções.

Segundo alguns historiadores, Antônio Raposo Tavares e Manoel Preto (bandeirantes) destruíram as reduções com extrema crueldade; os índios eram levados e vendidos como escravos para o trabalho nas lavouras de São Paulo.

As reduções jesuítas nesta região ficaram famosas dada a sua grande carga de trabalho e movimento com os índios, salvando-os das expedições que queriam escravizá-los ou do extermínio. Os jesuítas que se destacaram durante esse período foram os padres Dias Tanho, Simão Maceta e Antônio Montoya, e foi em homenagem a esse último que essa região de Paranavaí recebeu o nome de Montoya.

A História de Paranavaí, mais propriamente, tem início no começo século passado. Neste período, toda a região do Vale do Ivaí era completamente despovoada, coberta de matas virgens, constituída de terras devolutas de propriedade do Estado. Paranavaí, portanto, está entre as mais jovens regiões do Estado do Paraná a serem povoadas e colonizadas, como decorrência do ciclo do café. É uma imensa zona situada a noroeste, na bacia dos rios Paraná e Paranapanema, nos limites do Paraná com o Mato Grosso do Sul.

Segundo registros, os primeiros movimentos que deram origem à cidade de Paranavaí, ocorreram há aproximadamente um século. De acordo com o testemunho de pioneiros que trabalhavam nesta região, em 1904 já havia uma grande plantação de café. Oficialmente consta que em 1917 foi assinado o decreto regularizando a concessão de terras, envolvendo o Noroeste do Paraná. Em 1926 iniciou-se a construção da estrada partindo do Rio Pirapó até a Fazenda Ivaí, rumo ao Porto São José, no Rio Paraná. Alguns anos depois foi criado o Distrito de Montoya.

Foi o Distrito de Montoya o primeiro Núcleo Populacional de Paranavaí. A região onde hoje se encontra o Município de Paranavaí pertenceu, em épocas sucessivas do povoamento, às comarcas de Tibagi, Londrina, Rolândia, Apucarana e Mandaguari.

Até o ano de 1928, a zona era quase que despovoada e coberta por matas, constituída de terras devolutas de propriedade do Estado. A partir desta data foi iniciado o povoamento e a colonização da região. O único meio de comunicação existente, até então, era uma estrada antiga que partindo de Presidente Prudente, no Estado de São Paulo, cruzava o Rio Paranapanema em sentido leste-oeste, atingindo a localidade onde surgiu, mais tarde, o Município de Paranavaí.

O primeiro núcleo populacional surgiu na antiga Fazenda Montoya, que se situava no mesmo local onde hoje se encontra a Fazenda Experimental do Estado. Aí, em 1930, já existia um Cartório do Registro Civil, o que significa que Montoya, naquela época, já era distrito judiciário.

Na década de 1930, o governo deu início ao planejamento para a colonização da então Fazenda Brasileira. A Companhia Brasileira de Viação e Comércio – BRAVIACO, detinha a concessão dessas terras, tendo explorado mais de mil alqueires de terras, plantado aproximadamente 1 milhão de pés de café e mais de 300 alqueires de pastagem, até que o governo cassou a concessão dada, por motivo de descumprimento do contrato com o Estado.

Em resumo, foi a partir de 1930 que o povoamento deslocou-se rapidamente para a Fazenda Velha Brasileira (atual zona urbana de Paranavaí), em cujas terras virgens e férteis foi plantado nada menos de um milhão de cafeeiros. A inesgotável exuberância da terra da Fazenda atraiu, em curto espaço de tempo, pessoas de todos os quadrantes do país, que vieram, de uma ou outra forma, contribuir para o progresso e desenvolvimento da cidade nascente. Contam os pioneiros, que se ouvia o ranger do martelo dia e noite, dado ao grande número de casas que se levantavam absurdamente. Em 1939 foi concluído um picadão ligando a Fazenda Brasileira a Rolândia. Em 1941, o interventor Manoel Ribas esteve presente a inauguração da estrada entre Maringá e Porto São José, e no mesmo ano aconteceu o início da demarcação da primeira Gleba Ivaí, ocorrendo o loteamento para a colonização.

A Fazenda Velha Brasileira – tendo surgido sob inspiração de Dr. Lindolfo Collor, um dos líderes do movimento revolucionário de 1930 e autor da legislação trabalhista brasileira – veio a pertencer-lhe. Posteriormente foi transferida à Companhia Braviaco e mais tarde retomada pelo Estado.

Considerando que a colônia estava ligada unicamente ao Estado de São Paulo, o interventor Manoel Ribas resolveu determinar a abertura de um picadão que, partindo de Arapongas, ligasse Paranavaí ao resto do estado. Esse caminho foi novamente aberto e melhorado em 1939 pelo Capitão Telmo Ribeiro, e desde a sua abertura foi conhecido pela denominação de Estrada Boiadeira.

Em virtude da Companhia Colonizadora haver retirado o apoio à localidade, caiu o desanimo sobre a população, ao ponto de desaparecer e ser extinto o Distrito de Montoya. Assim, em 1944, a população de Montoya era inferior à existente em 1930.

Algum tempo mais tarde, em virtude do Decreto nº 800 de 8 de abril de 1931, as terras de Paranavaí voltaram ao domínio do Estado, sendo autorizado o seu loteamento. Data dessa época, o início da decadência da povoação e da localidade. Devido à burocracia existente, verificou-se um verdadeiro êxodo da população, que abandonava o patrimônio para fixar-se noutra localidade.

Somente a partir de 1944 reiniciou-se o loteamento sob orientação do Dr. Francisco de Almeida Faria, quando, então se acredita, a localidade recebeu a denominação de Colônia Paranavaí, neologismo formado pela junção dos nomes dos rios Paraná e Ivaí. Registrou-se então, a partir daí, a chegada de muitos colonos vindos de diversos estados do Brasil em busca de trabalho, principalmente na lavoura de café. Foram grandes levas de nordestinos, paulistas, catarinenses e outros que chegavam a nossa cidade com a esperança de fazer vida nova, pois a notícia que ouviam era que aqui se rastelava dinheiro, nossa região era conhecida como o novo Eldorado.

Para construir a primeira capela, foi derrubada a mata virgem. A primeira missa foi celebrada na casa de Waldomiro de Carvalho, nas proximidades da antiga Estação Rodoviária. O fato ocorreu no dia 25 de dezembro de 1944, sendo celebrante o padre João Guerra.

Foi nesse período que começaram a chegar os imigrantes japoneses, vindos principalmente do Estado de São Paulo; os descendentes e imigrantes alemães, vindos principalmente do Estado de Santa Catarina; os descendentes de italianos e árabes. Sendo essas, hoje, as principais colônias de Paranavaí, que procuram ainda manter um pouco de suas tradições e culturas. Destaca-se também a chegada, neste período, de uma grande população negra, vinda de diversas regiões do Brasil, principalmente do Nordeste, o que faz com que Paranavaí seja considerada, hoje, uma das cidades do Paraná com o maior número de população negra.

Fonte: Prefeitura Municipal.

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