Graças à cultura cafeeira e ao povoamento e colonização de vastas áreas de nosso estado, que surgiu Santa Isabel do Ivaí. A colonização do município está certamente ligada à expansão e colonização de muitas famílias que vieram de Portugal, Espanha e Itália, para os Estados de Santa Catarina, Bahia e São Paulo.
A base da economia e colonização do norte, noroeste paranaense estava centrada na expansão cafeeira do oeste paulista que atingiu o Paraná, tratou-se de um processo de colonização e conseqüentemente de abertura de estradas. O comando da abertura de estradas esteve a cargo do Capitão Telmo Ribeiro. Depois da saída da companhia de terras norte do Paraná, de origem inglesa o governo federal brasileiro começou a vetar a propriedade territorial para estrangeiros, aliado a essa circunstância o governo britânico começou a forçar o retorno dos capitais ingleses, assim o grupo paulista adquiriu as terras e estradas de ferro e formaram a Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná, passando a ocupar o que se denomina Norte novíssimo.
Em 1930 o Governo federal cria a “fazenda brasileira” que possuía 200 mil alqueires de terra, onde hoje se localiza a cidade de Paranavaí Neste mesmo ensejo, entre os anos de 1948 e 1950, um grupo de arrojados desbravadores do noroeste paranaense, todos empolgados, sobretudo com a movimentação demográfica provocada com a fundação de Paranavaí, resolveu construir uma companhia colonizadora, com a finalidade de povoar e lotear a Gleba 19, da colônia de Paranavaí. Essa empresa recebeu a denominação de Companhia Imobiliária e Colonizadora Santa Isabel do Ivaí, funcionando sob a direção de Tarquínio Marques Ferreira, Gustavo Brigagão, Paschoal Pucci, Dalmiro Oliveira Carneiro e outros.
A região que ia de Paranavaí até as barrancas do rio Paraná era constituída por uma floresta muito densa, onde abundavam madeiras nobres, animais selvagens, pássaros dos mais raros, além de uma floresta exuberante que em menos de cinco anos estaria toda devastada.
A origem do nome de Santa Isabel vem do desejo do então diretor, Alberico Marques da silva homenagear sua mãe Isabel, já falecida na época. No entanto ficou a cargo de Gustavo Brigagão a gerência geral do patrimônio de Santa Isabel.
Os corretores de vendas de terras sobrevoavam as terras com os clientes a fim de impressioná-los. Quem comprasse uma data no período urbano, tinha a construção financiada pela Companhia a um prazo longo e sem juros. Tudo isso, porém, acontecia na área urbana. Na área rural não havia tantos benefícios assim, a maioria chegava adquiriram um lote e depois de queimá-lo, derrubavam algumas árvores, armavam o encerado até poderem construir sua casa.
Na área rural desenvolveu-se grande número de pequenos sítios e outros tantos latifúndios voltados ao plantio de café, em sua maioria ocupada pelos japoneses provenientes de cidades como Uraí e Assaí.
No ano de 1952 inicio da colonização, Santa Isabel já possuía 3.000 habitantes e em 1953, o patrimônio de Santa Isabel do Ivaí foi elevado à categoria de distrito administrativo de Paranavaí, fato que veio impulsionar ainda mais o progresso. Em pouco tempo Santa Isabel já possuía uma situação econômica invejável, o comércio diferenciado, as inúmeras e variadas atividades sociais e festividades religiosas foi durante muito tempo alavanca para o desenvolvimento da cidade e atração para os municípios vizinhos.
Neste período, a área urbana de Santa Isabel era dividida da seguinte maneira: Zona residencial, com 192 quadras e zona comercial, com 36 quadras, além da previsão de 2.200 metros quadrados para área industrial e o restante 1.653.380 metros quadrados para reserva. Como também obras espaços para obras de emergência como hospital, igreja, praça e campo de esportes. A energia elétrica era oferecida através de gerador.
Entre os anos de 1962 e 1965, Santa Isabel já era município emancipado e se tornou durante este período o maior município cafeeiro do mundo, com cerca de 10.000,00 alqueires de café e uma população de aproximadamente 30.000,00 habitantes, considerado por muitos como a melhor época de prosperidade da cidade. Fato que se constitui pela quantidade de atividades realizadas e o grande número de empresas situadas no município, um exemplo foi a Cerâmica Santa Isabel, maior indústria cerâmica do Estado do Paraná chegando a totalizar por mês uma produção de um milhão de tijolos e 500.000 mil telhas.
Nestes dez anos de prosperidade a cidade alavancou, foram construídas escolas, o ginásio estadual, colégio de ensino particular Sagrado Coração de Jesus, a sede da Prefeitura, o clube Dois de julho, cinema e diversos outros benefícios para a população, além de tudo se estabeleceram comércio de secos e molhados, bancos, depósitos de matérias de construção, supermercados, açougues e diversos estabelecimentos comerciais.
Após a geada de 1970, e com o esgotamento das reservas de madeiras nobres e a exaustão da terra começaram debandar os moradores da cidade, o que repercutiria nos próximos anos de vida do município, pois muitos que aqui estavam saíram em busca de novos lugares a fim de aplicar todos os rendimentos obtidos por aqui. Assim a população teve um decréscimo enorme, cerca de um terço dos habitantes foram para outras cidades ou colônias, desta forma as terras passaram a ser utilizadas para criação de gado.
Já em fins dos anos 70 com a melhoria na economia local, os moradores Isabelenses se animaram, e no “quesito” animação a cidade nunca deixou a desejar. As festas, bailes e o carnaval no clube Dois de julho eram atrativos para a comunidade local, e estas festas reuniam até gente de outros estados como São Paulo. Era freqüente também a presença de políticos e de atrações musicais como Sergio Reis, Roberto leal dentre outros. A fama do clube dois de julho não foi apenas o que movimentou a cidade, o cinema também era um dos atrativos da época, que infelizmente a cidade não conseguiu conservar ambos os prédios. Desta maneira com este Patrimônio Histórico “tombado” poderíamos hoje abrigar um museu onde a história e memória do município seriam conservadas.
Fonte: Prefeitura Municipal.