O território onde hoje está localizado o município de Tapira pertencia ao distrito de Maria Helena, município de Cruzeiro do Oeste, comarca de Peabiru (Gleba ivaí). Parte desse território, ou seja, 10 mil alqueires paulistas, foram adquiridos do Governo do Estado do Paraná pela Colonizadora Rio Bom, de propriedade do Banco do Estado do Rio Grande do Sul. Esta Gleba localizava-se às margens do Ribeirão Tapiracuí, portanto apenas uma parte do que é hoje o Município de Tapira.
A área que corresponde a Gleba 4 e Gleba 6, foram colonizadas pela sociedade colonizadora Paraná Ltda, que pertencia a Comarca de Foz do Iguaçu.
A Colonizadora Rio Bom mediu a área ainda em 1948. Somente voltaram em 1953 com o intuito de colonizar e lotear, no entanto diante das dificuldades encontradas tais como, chuvas torrenciais, acesso, doenças, etc., tiveram que adiar por mais alguns anos.
Mas, no ano de 1951 chega às margens do Rio Ivaí, o Senhor Elizeu Garcia Barros (Dango), destemido paulista, experiente desbravador, residente em Paraíso do Norte, descendo de bote por este rio, acampa em sua margem esquerda, onde inicia a ″posse″ passando a dedicar-se a pesca, a caça e a criação de porcos. Mais tarde tomou conhecimento de que as terras onde se instalara eram de propriedade do BANRISUL (Banco do Estado do Rio Grande do Sul), após varias negociações, adquiriu 50 alqueires paulistas, onde continuou residindo. Este mesmo pioneiro já em 1961, constrói uma balsa, interligando Tapira a Santa Isabel do Ivaí e alguns anos mais tarde o Senhor Severino Nilo Ribeiro constrói uma olaria em propriedade do Senhor Elizeu Garcia Barros, que também adquiriu.
Em 1952, diversas famílias de posseiros chegam ao que seria o norte do Município de Tapira, através do Córrego do Fiscal, que posteriormente foram evacuadas para a Gleba 7, no Município de cidade Gaúcha.
Ainda em 1952, diversas famílias de posseiros se instalaram às margens do Córrego Mimoso, entre eles o Senhor José Miotto e seu filho Antônio Miotto, Luiz Carlos de Souza e seus filhos…, Carlos Cearense, Valdico, Anastácio e João Carlos de Souza.
Entretanto no outro lado, ou seja, o que mais se avizinhava de cidade Gaúcha, estava praticamente sem ninguém. Este acesso, ou seja, a estrada desde o Ribeirão Tapiracuí até o local onde está a cidade de tapira, foi empreitada ao Senhor Elizeu Garcia Barros, que a construiu a muque, pois as máquinas da Colonizadora Rio Bom ainda não tinham chegado, sendo que no trecho de cidade Gaúcha até as margens do Ribeirão Tapiracuí havia somente uma picada, que só foi ampliada com a chegada das máquinas da Companhia Rio Bom.
Somente em 1957 surgiram os primeiros indícios de cidade como realização daquela Companhia Imobiliária. Como pioneiros surgem as figuras de diversos desbravadores que haviam acampado às margens do Córrego Água Fria e já haviam iniciado as derrubadas. Entre esses homens está o mateiro Luiz Antão Barbosa, que no dia 27 de maio de 1957, iniciam a derrubada no local. Em princípio no ano de 1958, foram construídas as primeiras casas no povoado e destas um hotel sob a direção da família do Senhor Luiz Antão Barbosa que tinha ficado em cidade Gaúcha em virtude das dificuldades de se chegar a área já derrubada.
Em seguida foram construídas mais casas para a instalação dos escritórios da colonizadora, qual seja casa para o gerente administrativo o Senhor Osvaldo Becker, Pedro Horácio da Silva e Lourival Batista, tratorista e Laércio Martins e Joaquim de Lima, motoristas.
A Igreja Matriz só foi erguida em agosto, após a doação do material pelo Senhor Severino Nilo Ribeiro; a paróquia foi instalada em julho de 1967 com a posse do Frei Justino Sampfir.
Em 25 de julho de 1960, cidade Gaúcha tornou-se município, portanto o território passou a pertencer ao novo município, na categoria de distrito administrativo, através da Lei nº 35 de 20 de agosto de 1962.
Somente em 02 de fevereiro de 1967 é criado o município de Tapira, pela Lei Estadual nº 5.495, publicada no Diário Oficial do Estado do Paraná, em 03 de fevereiro de 1967; o território assim se desmembrava de cidade gaúcha e mantinha as mesmas fronteiras que possui atualmente; a instalação oficial do município deu-se a 15 de dezembro de 1968; ocasião em que foram empossados o primeiro prefeito, vice-prefeito e vereadores.
Com o passar dos anos, as frentes colonizadoras foram penetrando em direção Sul onde a Colonizadora do Dr. Moacir (Sociedade Colonizadora Paraná Ltda.), se ocupava em loteamentos e vendas de terras, a qual, a Gleba 4 e Gleba 6 (hoje denominada Santa Felicidade), foram incorporadas as terras que hoje foram o território tapirense.
Fonte: Prefeitura Municipal.